Sou Bàbálórísá Jomar d'Ògún, Pai de Santo
de Candomblé Nação Ketu, filho de Yá Paula de Omulu, bisneto de Santo
da saudosa Yá Olga de Alaketu do Ilé Asé Mariolají e atualmente ligado
ao Ilé Asé Opô Afonjá após a minha adopção como filho de Santo pelo
Bàbálórísá Aristides de Oliveira Mascarenhas (Pai Ari d'Ajagunã) do Ilé
Asé Opô Ajagunã ; sou ainda Coordenador Internacional da FENACAB
(Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro), Balogún (titulo único e
intransmissível em vida) do Candomblé Ketu, já distinguido
internacionalmente com dois Adjás de Ouro (Troféu Axé Bahia) e Ordem de
Mérito Religioso.
Sou Fundador e Agabá (dirigente) do
terreiro de Candomblé Ilé Asè Omin Ògún, um dos terreiros de Candomblé
Ketu mais conceituados, importantes e representativos da Europa, que
conta com cerca de 60 filhos de Santo, localizado na Sobreda - Almada,
Portugal.
Relativamente ao tema do blog, a
diversidade nas religiões Afro-Brasileiras, deixo a minha opinião
sucinta e resumida, uma vez que este é um tema aberto a grandes
discussões, impossível de resumir em apenas algumas linhas.
Penso que a diversidade é algo de muito
positivo, desde que obedeça, respeite e siga o fundamento próprio de
cada Culto e Nação. De facto, as formas e formulas do Candomblé Ketu,
Angola e Jeje, da Umbanda e Santeria, por exemplo, são diferentes entre
si. E são precisamente essas diferenças, naquilo que é sagrado, que
proporcionam diferentes caminhos e rotas para se chegar a Olorum (Deus),
escolhendo cada um a estrada onde se melhor se sente, à qual mais
facilmente de adapta e onde se sente feliz na sua vida espiritual. Isso é
que importa verdadeiramente, uma vez que feitas de forma correcta,
todas as religiões Afro-Brasileiras são igualmente válidas.
O que não pode acontecer, sendo neste ponto que acaba a salutar diversidade e começa a degradação daquilo em que acreditamos, é misturar aquilo que não é misturável, ou seja, modificar e alterar por conveniência própria o que esta instituído desde há vários milénios (no caso de Candomblé) e desde há vários séculos (no caso da Umbanda).
O que não pode acontecer, sendo neste ponto que acaba a salutar diversidade e começa a degradação daquilo em que acreditamos, é misturar aquilo que não é misturável, ou seja, modificar e alterar por conveniência própria o que esta instituído desde há vários milénios (no caso de Candomblé) e desde há vários séculos (no caso da Umbanda).
Sendo verdade que cada Pai e Mãe de Santo
na sua Casa é Rei ou Rainha, tendo todo o direito de fazer as suas
próprias regras e preceitos, também não deixa de uma ser verdade
absoluta que aquilo que é o awô, o trabalho na religião e o FUNDAMENTO, é
imutável e está perfeitamente definido para aqueles que o sabem.
Por isso, sejamos os melhores naquilo que
escolhermos fazer; cultuemos de forma consciente, pura e salutar os
nossos Orísás, Caboclos, Pretos Velhos ou Encantados. Mas faça-mo-lo
respeitando os seus ensinamentos, sem Lhes pretender sobrepor as nossas
conveniências..
Apenas assim existirá diversidade;
apenas assim existirá respeito; apenas assim existirão os caminhos das
Religiões Afro-Brasileiras.
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