Existem
enumeras formas de expressarmos o que pensamos, sentimos ou vivenciamos. Para podermos
usufruir dessas enumeras formas de expressão carecemos de liberdade. Sem liberdade
não podemos ver, sentir ou se quer ouvir a diversidade. Imagine se das 26
letras que temos em nosso alfabeto, somente pudéssemos utilizar as vogais.
Diversidade é a liberdade para usar todas as letras do alfabeto e combinar seus
sons a fim de criar a melhor palavra para traduzir aquilo que queremos dizer. Deixo
aqui meu respeito incondicional aos escribas das tradições escritas.
A
escrita é uma das formas mais utilizadas para registro dos pensamentos,
entretanto, a palavra simplesmente grafada carece de expressão. Podemos ler o
vocábulo alegria em tom melancólico ou vibrar em tom alegre a palavra tristeza.
Aquilo que para mim recebe o nome de “DEUS” é DIEU para o francês, DIO para o italiano,
GOD para o inglês, GOTT para o alemão e DIOS para o espanhol. Apesar desta
distinção na escrita, todos nós estamos tratando do mesmo assunto e nos
reportando a esse ente com o mesmo sentimento de devoção e respeito.
Nas
religiões afro-brasileiras, Olorum,
Zambi e Tupã são palavras que definem o supremo SER. Contudo, essas
palavras somente ganham expressão quando vivenciadas em um rito, gira ou roda.
Quem vivencia na prática esses vocábulos sagrados sente em seu ser a
diversidade que tanto enriquece nosso EU, que cria e renova o saber.
Quando entrei pela primeira vez no Centro de Cultura
Viva das Tradições Afro brasileiras, criado por Mestre Arhapiagha (Pai Rivas),
percebi o verdadeiro sentido da palavra diversidade. Observando ali a
pluralidade dos assentamentos firmados, cada um representando sua tradição.
Encantaria, jurema, candomblé e o batuque, quantos sentimentos e pensamentos bons
despertados, ao ouvir da boca de Mestre Arhapiagha saberes ali assentados.
O
pensamento que deixo aqui grafado reflete uma parte do meu EU que será somado a
outros “EUs”. E quem sabe a liberdade que permite esta diversidade d’eus consiga
nos deixar mais próximos de Deus.
Peço a sua Bênção meu Mestre! Axé Baba Mi!
Yarataman (Pai Marcos Strey)
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)
Dirigente Da Choupana do Caboclo Sr. Ogum Sete Ondas
Discípulo de Mestre Arhapiagha (Pai Rivas)
Dirigente Da Choupana do Caboclo Sr. Ogum Sete Ondas
AUCD – Porto Alegre - RS
Primeiramente peço licença ao Mestre Yamunisiddha Arhapiagha (Pai Rivas) para humildemente tecer meus comentários nesse significativo blog. Peço licença, também, ao Mestre Yarataman (Pai Marcos Strey) a quem dirijo meus comentários, peço licença a meu Mestre (Pai Antonio Mendes) e, também, a todos os Pais e Mães de Santo que juntamente com seus filhos participam do blog. Muito honrado e feliz em poder sentir a diversidade em vossos dizeres!
ResponderExcluirPrezado Mestre Yarataman,
Um fato muito interessante que percebo a cada texto que leio, são as diferentes direções adotadas para conceituar o tema diversidade. “Diferentes direções” que Mestre Ygbere (Pai Olavo Solera) trouxe na Etimologia da palavra diversidade “A palavra DIVERSIDADE, do latim DIVERTERE, significa: "voltar-se em diferentes direções", DIS = "para o lado" e VERTERE = "virar-se". (YGBERE, 2012). E também, ao mesmo tempo, percebo que, embora “diferentes direções” o fim é o mesmo, vai de encontro ao colocado pelo senhor em seu texto “O pensamento que deixo aqui grafado reflete uma parte do meu EU que será somado a outros “EUs”. E quem sabe a liberdade que permite esta diversidade d’eus consiga nos deixar mais próximos de Deus”. (YARATAMAN, 2012).
Obrigado por suas palavras tão profundas e inspiradoras!
Um Aranauam fraterno a todos!
Erivelton Thomaz.
Discípulo de Pai Antonio Mendes.
Seara de Umbanda do Cruzeiro Divino – S.U.C.D.
O.I.C.D. Sub - sede Seropédica –RJ.