segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

022 - Contribuição do Pai Marcos (AP) para o Fórum Internacional Permanente


No subúrbio paraense, em Icoaraci, no “Recinto” como era conhecido o “Terreiro de Toi Averequete Marcos Marcos”, cujo mestre curador era meu avo o Sr Expedito Santos, embora consagrado ao vodum Gege Averequete, o mestre praticava a Pajelança, o cheiro do Tauari e o retinir do maracá, me eram bastante familiar, cresci vendo pessoas chegarem doentes e saírem curadas pelos grandes mestres encantados do fundo dos rios e igarapés, dos campos marajoaras, das aldeias e das matas virgens, cujo conjunto de encantados eram conhecidos por “parauas”, o povo do fundo, o povo de cura. Após a morte do mestre freqüentei o terreiro de Umbanda e Omoloco D. Ricardino De Oliveira, no inicio da década de 80, Chefiado por Lucival Inacio Valois, o Sr Vava de Ricardino,onde tive contato com povo de Legua, povo de Jurema, povo do mar, no terreiro do príncipe Ricardino o ritual era o Babassue, nos ritos cantava-se para os nobres como D Joao, D Jose Rei Floriano, Princesa Flora, D Luiz Rei de França entre outros nobres mas antes de “quebrar” para caboclos obrigatoriamente cantávamos uma sequencia de doutrinas a Maria Babassuera, que era sincretizada com Santa Barbara.  Por motivos pessoais, Pai Vava encerrou as atividades do terreiro,  quando então procurei no Bairro do Bengui em Balem do Para a Sra. Raimunda Miranda Campos, “Mae Dica”, que era preparada na cura”Pajelança” por meu avo Expedito mas também se dedicava a tradição “Mina Nago”. No terreiro de Mina Nago São Francisco de Assis nas terças-feiras havia a Pajelança e aos sábados o ritual Nago, que começava com o “Embarabo para Exu, e na sequencia cantava-se para outros Orixas como Iemanja, Xango, Oxossi Oxun, com cânticos em língua Yoruba e outros em portugues, depois “quebrava-se para Caboclos, sendo que estes tinham o compromisso de no encerramento cantarem para o grande Pai Oxala. Na Decada de 90, já em Macapa, Iniciei-me no Keto, com a Yalorixa Oya Jokolocy, Fiz Ode, cujo epíteto e Fonnin, Passei a ser chamado de Ode Olufonnin, recebi Deka com Pai Edsom de Salvador, que fazia Keto mas era iniciado por Monanganga do Tumbajussara, com quem tive oportunidade também de aprender Angola, inclusive chegamos iniciar alguns noviços na tradição Bantu, ele assentou o meu Caboclo “Rei das Ervas, da terra de Moxicongo”. Acho que represento a propria diversidade nas religiões afro Amerindias, O ”Ile Axe Ibi Olufonnin” e o primeiro templo da tradição Keto em Macapa, no calendário litúrgico do Egbe, em janeiro e a festa de meu terceiro orixá:  Oxala, em março meu Junto Oxun, em julho o Candomble de Caboclo para seu Rei das Ervas, em setembro ritual de Mina Nago para a Cabocla Jupira, em outubro a festa do meu eleda Orixa Ode, e dia 08 de Dezembro Ladainha a N.S.da Conceiçao e após a ladainha Pajelança em Homenagem a meu guia chefe Sr Rei dos Parauas. Quer diversidade maior que esta?

Por Baba Olufonnin.               


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